sexta-feira, 6 de julho de 2012


Avesso

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Esse jeito esquisito que Jesus tinha de preferir os piores me faz pensar na beleza dos avessos. Às vezes na presa de encontra a gente não vê quantas vezes desprezamos as pessoas porque  consideramos o agora é tão doído à gente se apenas visto pelo presente quando as pessoas olham pra gente e só enxergam o que  nos temos no momento.
Isso é fascinante em Jesus por isso que ele era capaz de preferir quem ele preferia porque Jesus não era um homem que se prendia no presente.
É interessante que os amantes nunca esgotam as criaturas amadas porque o amor sobrevive de futuro ele consegue enxergar o que a gente ainda não viu a pessoa que ama consegue enxergar o que o outro ainda não é vê o avesso vê o contrario da situação. Compreender as pessoas e ama-las só é possível quando a gente entra na trama do avesso quando a gente não só enxerga aquilo que os olhos podem revelar podem conhecer, mas, sobretudo aquilo que ainda está oculto, Deus nós ama assim porque consegue enxergar o que a ente ainda não é e o que ainda podemos ser.

( Padre Fabio de Melo)

terça-feira, 3 de julho de 2012


Uma Historia

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Umas das historias mais bonitas do meu pai aconteceu numa trade chuvosa, nós estamos em casa quando alguém veio nos avisar: “Dona Anna a Senhora vai ter que ir buscar o seu Natinho porque ele esta tá bêbado demais, e ele não consegue voltar pra casa. Tá caído lá na padaria, lá na frete lá no Centro.”
Eu me recordo que eu era muito pequenininho. Imediatamente eu me levantei pronto pra resolver a situação, sabe? Fui eu, minha mãe e meu irmão mais velho, eu me recordo que quando nós chegamos lá meu pai estava caído, na sarjeta mesmo. A bicicletinha dele, ele era pedreiro, estava caída assim de lado e ele na sarjeta. Tinha chovido, e aquele barro que forma, quando tem uma enxurrada e ele ali misturado.
Eu me lembro de que o primeiro sentimento que me veio foi de vergonha. Eu tinha medo que algum colega meu pudesse passar, pudesse ver o meu pai naquela situação. E nós o tiramos ali com pressa, muita pressa. Levamos ele pra casa demos um banho nele para que ele voltasse a ser o meu pai. Meu pai foi um homem muito trabalhador, muito justo, muito honesto, mas viveu um determinado momento na vida dele, o problema do álcool. Superou graças a Deus, morreu sem problemas, mas aquela tarde fica registrada em minha memoria de um jeito muito intenso porque ela representa pra mim uma das aulas de Teologia que a faculdade não me deu. É bonito você reconhecer o amor que você tem por uma pessoa no momento que ela não esta no podium. É fácil amor à pessoa no momento da vitória no momento que a razões para ser amada, mas no momento que o outro faz tudo errado e mesmo assim o seu coração se mobiliza para continuar elegendo como seu. Eu aprendi que Deus é assim. Que mesmo no momento da nossa sarjeta a predileção Dele por nós não passa, não termina. Porque o amor que Deus tem por nós não passa pela utilidade, do mérito. Passa pela logica do significado. Não é mérito, não precisa ter. Depois de muito tempo vivido eu identifico que o sentimento que me ocorre. Que me ocorreu naquele momento não era de vergonha era de indignação. Porque a indignação é você ver uma pessoa certa no lugar errado. E eu como padre, hoje, que o essencial da minha vida, da minha evangelização consiste, justamente, em descobrir e ficar indignado. Com as realidades que eu encontro quando vejo a pessoas certas nas situações erradas. E para mim o processo religioso vale, na vida justamente pra isso. Pra nós retirar da sarjeta pra lavar a nossa alma e nos devolver a dignidade perdida.

( Padre Fabio de Melo)